
Após assinada, o povo negro ainda continuo escravo, chamado de escravo livre. Escravo é escravo. Foram levados aos morros e favelas. Negaram-lhes o direito à moradia. Desde lá, a saúde e educação. Negro numa Universidade? Aos ouvidos de alguns soava como blasfêmia.
13 de maio não tem valor. Negro não comemora essa data. Desconstrói esse engano. Engano de enganar, enganando a quem se quer enganar.
Zumbi lutou. Outros homens e mulheres lutaram. Eu canto os guerreiros e as guerreiras do passado. Mas canto os de hoje.
Canto Zumbi, João de Deus e Luiza Mahim. Mas canto Luiz Alberto, Luisa Bairros, Paulo Paim, Jeane "Déa", Moisés Rocha e Elias Sampaio.
Canto João Cândido, Lélia Gonzales e Milton Santos. Mas canto Mandela, Obama, Matilde Ribeiro, Benedita da Silva, Rita Batista, Limeira, Nelson Maká, professora Nanci e Makota Valdina.
Canto Luís Gama, Cartola, Pixiguinha, Jamelão. Mas canto ainda, Elza Soares "dura na queda", Vovô do Illê, Ivana, Cassiano, Claudinei, Lázaro Ramos, Riachão e minha mãe, dona ANA MADALENA.
Canto meu velho (falecido) e guerreiro avô ANGELINO. Canto aos/as jovens negros de uma Salvador e Brasil excludente e assassino. Canto vivos e mortos. Canto a negação e anulação do 13 de maio. Canto o 2 de Julho e o 20 de novembro. Canto a luta diária preta nossa de cada dia.
Êya povo negro, êya!!!
*Law Araújo é estudante de Letras Vernáculas da UCSal, membro da Comissão do FIES UCSal, secretário nacional de combate ao racismo da ExNEL - executiva nacional de estudantes de Letras gestão 2009/2010.
5 comentários:
Bonita suas palavras. Infelizmente é pura verdade. 13 de maio não temos o que comemorar!!
com todo respeito eu não concordo.. pois mesmo que assinado por pressão, mesmo continuando escravo e mesmo sendo passada essa informação errada ao estudante não deixa de ser uma vitória.
Concordo em cantar todos os nomes citados e também os PRETOS VELHOS, que são sinônimo de ancestralidade,memória e energia vital negras.Apenas deixo uma pergunta: Onde e como estaríamos se nem mesmo a LEI ÁUREA houvesse sido assinada, embora fantasiosa, embora demagoga, embora contada pelo olhar colonizador como um momento épico? Acredito que precisamos não louvar o feito, mas relembrá-lo sempre, para que as gerações conheçam seu passado excludente e doloroso. Abominar esta história é o mesmo que tentar apagar as cicatrizes das torturas nos troncos das fazendas cafeeiras. É preciso que a olhemos de outra forma para que NÃO SE REPITA! Não queremos participar de uma possível "árvore do esquecimento" e sim, mostrar aos jovens que apesar de todas as agruras o POVO QUE VEIO DA TERRA QUE É O BERÇO DA CIVILIZAÇÃO sobreviveu dignamente, embora a história nos mostre com sob a sombra branca da colonização.
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